Desde que nascem, as crianças estão inseridas num
contexto numérico muito amplo, porém todas essas informações, na maioria das
vezes, são colocadas de maneira informal, como quando perguntamos:
- Quantos anos você tem?
- Qual seu telefone?
- Quanto você calça?
E até mesmo quando brincamos de recitar a sequência numérica em “A galinha do vizinho”, "Um, dois, feijão com arroz"... Todas essas informações fazem parte do dia-a-dia dos pequenos e, indiretamente, eles estão tendo contato com a escrita e a leitura dos números.
Já na escola, com a mediação do professor, as crianças focam seu olhar para esses conteúdos e o aprendizado então, ocorre de forma intencional!
Nesse semestre, a partir da leitura do livro de Steve Jenkins “O maior, o mais forte, o mais rápido”, nossos alunos conheceram algumas curiosidades do reino animal.
Muito interessados pelas informações, foi fácil aceitarem o convite para produzirem um caderno dos "Mais Mais", com o intuito de registrarem o resultado de pesquisas e discussões a respeito de: o aluno mais alto da sala, a pessoa mais velha que conhece, o maior calçado do grupo...
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Esse contato, em muitos casos inaugural, com números de mais de dois dígitos, possibilita que as crianças pensem sobre sua escrita e leitura; enfrentem o desafio de compará-los para descobrirem qual é o maior. À todo momento, portanto, estão refletindo, de maneira significativa, a respeito de algumas regras de organização do nosso sistema de numeração.
As propostas nos pequenos grupos garantem que todos coloquem suas hipóteses em jogo, confrontem com as dos amigos, usem e ampliem estratégias para chegar à conclusão de qual é o maior número.
Criança 1: Empatou todos começam com 1!
Criança 2: 165 é maior porque 5 é maior que 4 e 0.
Criança
1: Não
é por
aí que se olha!
É pelo
primeiro número,
mas empata. (Parece inconformada
com a conclusão).
Criança 1: Mas o
70
é
maior!
Criança 3: Quando tem 3 números olha o do meio.
Criança 1: Também empata.
Criança
3: Mas é maior que o 165, porque
pela ordem ele vem depois.
Criança 4: Tem que ver na tabela!
Criança 1: Olha, 174 é o maior!
Mas os desafios não param por aí, no grande grupo há mais oportunidades de trocarem ideias, aprenderem com o outro, para depois finalizarem as discussões com o registro no caderno.